Capítulo 32 : Skinheads
Qui Ago 16, 2018 8:11 pm
Capítulo 32 : Skinheads
Skinheads
Os skinheads surgiram como um movimento contracultural na Inglaterra em 1967.
A cabeça rapada é característica marcante dos skinheads
Surgimento da subcultura Skinhead
A história da subcultura chamada skinhead entrelaça-se com o grande número de
movimentos contraculturais que surgiram entre as décadas de 1960 e 1970 no
Reino Unido. Embora nos dias de hoje sejam comumente associados a
movimentos neonazistas e de extrema-direita, os skinheads possuem um enorme
número de representações de ideologias e posicionamentos políticos diversos.
Os primeiros sinais do surgimento dos skinheads começaram a ser vistos em
1967 nas cidades inglesas. Tudo começou como resposta ao também crescente
movimento “hippie”, que surgia em meio à classe média e espalhava-se pelo
mundo. Os skins, como também ficaram popularmente conhecidos, eram jovens
da classe trabalhadora que passaram a identificar-se com certos aspectos da
cultura jamaicana trazida por imigrantes afro-caribenhos que chegavam à
Inglaterra. A cultura skin foi sendo construída por meio da música, como o reggae
e o ska, vestimentas e ideologias variadas que cada grupo adotava. Os cabelos
raspados, os sapatos bem cuidados e as roupas bem passadas que os primeiros
skinheads adotaram contrastavam com a imagem despreocupada e relaxada dos
hippies, que era vista pelos skins como uma imagem afeminada.
O movimento inicialmente não possuía nenhuma pretensão de segregação racial
entre pessoas negras e brancas. No entanto, a partir da década de 1970, a crise
econômica que se intensificava no Reino Unido passou a fragilizar as relações
com os imigrantes. Enquanto paquistaneses, por exemplo, começavam a chegar
em grande quantidade, o número de empregos diminuía e a concorrência
tornava-se cada vez maior.
Esse contexto levou ao surgimento de grupos dissidentes do movimento original,
que agora carregavam a bandeira de ódio aos imigrantes, principalmente em
relação aos que viam do Paquistão. A violência contra imigrantes crescia, e os
incidentes estavam geralmente ligados a grupos de extrema-direita, isto é,
aqueles que defendiam ou defendem ideias conservadoras, como a manutenção
da hierarquia social, são contrários à noção de igualitarismo e defensores da ideia
de que grupos que acreditam ser superiores devem, por direito, dominar e
explorar os grupos vistos como inferiores. Os ideais de extrema-direita também
estão ligados ao ultranacionalismo e ao fascismo, outra ideologia extremista que
entende que a dominação autoritária de um Estado e a disciplina militar aplicada
à sociedade são as únicas formas legítimas de governo de uma nação. Alguns
grupos que podem ser usados como exemplos desse tipo de ideologia são o
“Movimento Britânico” e o “Fronte Nacional”, que, nessa época, ganharam força
em números e nas agressões voltadas aos imigrantes paquistaneses e mesmo
aos jamaicanos, que haviam sido parte fundamental na fundação dos primeiros
skinheads.
Skinheads nas Américas
Nos anos 1980, a cultura skin cruzou os mares e ganhou território entre a
juventude nos Estados Unidos. Espalhando-se inicialmente pelo submundo da
cultura punk, os skinheads de extrema-direita passaram a ganhar notoriedade em
seus atos de vandalismo e violência praticados contra imigrantes latinos, judeus,
homossexuais e negros. O grupo que havia começado como multiétnico tornava-
se agora conhecido pelo contexto nazifascista dos grupos de extrema-direita, que
ganhavam cada vez mais destaque na mídia.
Embora os skinheads estejam mais associados à ideologia nazista, que é a
culminação dos ideais de extrema-direita que vimos acima, é importante
destacarmos que existiam e existem várias vertentes do estilo skin. Os “Redskins”
são um exemplo de um grupo skin que adota uma postura completamente
antagônica à dos famigerados “naziskins”. Já os “Trad skins” são o grupo que
ainda se identifica com a visão tradicional do movimento skinhead, quando o
reggae, o ska e a influência jamaicana eram fortes.
No Brasil, o movimento existe, mas nunca ganhou força como os grupos que
existiram nos Estados Unidos e na Inglaterra. Os grupos de skinheads brasileiros
são geralmente ligados a ideologias de extrema-direita e neonazistas. Existe
ainda uma forte rixa entre os integrantes do movimento punk e os “naziskins”, em
razão da forte ideologia libertária que existe no meio punk.
Skinheads
Os skinheads surgiram como um movimento contracultural na Inglaterra em 1967.
A cabeça rapada é característica marcante dos skinheads
Surgimento da subcultura Skinhead
A história da subcultura chamada skinhead entrelaça-se com o grande número de
movimentos contraculturais que surgiram entre as décadas de 1960 e 1970 no
Reino Unido. Embora nos dias de hoje sejam comumente associados a
movimentos neonazistas e de extrema-direita, os skinheads possuem um enorme
número de representações de ideologias e posicionamentos políticos diversos.
Os primeiros sinais do surgimento dos skinheads começaram a ser vistos em
1967 nas cidades inglesas. Tudo começou como resposta ao também crescente
movimento “hippie”, que surgia em meio à classe média e espalhava-se pelo
mundo. Os skins, como também ficaram popularmente conhecidos, eram jovens
da classe trabalhadora que passaram a identificar-se com certos aspectos da
cultura jamaicana trazida por imigrantes afro-caribenhos que chegavam à
Inglaterra. A cultura skin foi sendo construída por meio da música, como o reggae
e o ska, vestimentas e ideologias variadas que cada grupo adotava. Os cabelos
raspados, os sapatos bem cuidados e as roupas bem passadas que os primeiros
skinheads adotaram contrastavam com a imagem despreocupada e relaxada dos
hippies, que era vista pelos skins como uma imagem afeminada.
O movimento inicialmente não possuía nenhuma pretensão de segregação racial
entre pessoas negras e brancas. No entanto, a partir da década de 1970, a crise
econômica que se intensificava no Reino Unido passou a fragilizar as relações
com os imigrantes. Enquanto paquistaneses, por exemplo, começavam a chegar
em grande quantidade, o número de empregos diminuía e a concorrência
tornava-se cada vez maior.
Esse contexto levou ao surgimento de grupos dissidentes do movimento original,
que agora carregavam a bandeira de ódio aos imigrantes, principalmente em
relação aos que viam do Paquistão. A violência contra imigrantes crescia, e os
incidentes estavam geralmente ligados a grupos de extrema-direita, isto é,
aqueles que defendiam ou defendem ideias conservadoras, como a manutenção
da hierarquia social, são contrários à noção de igualitarismo e defensores da ideia
de que grupos que acreditam ser superiores devem, por direito, dominar e
explorar os grupos vistos como inferiores. Os ideais de extrema-direita também
estão ligados ao ultranacionalismo e ao fascismo, outra ideologia extremista que
entende que a dominação autoritária de um Estado e a disciplina militar aplicada
à sociedade são as únicas formas legítimas de governo de uma nação. Alguns
grupos que podem ser usados como exemplos desse tipo de ideologia são o
“Movimento Britânico” e o “Fronte Nacional”, que, nessa época, ganharam força
em números e nas agressões voltadas aos imigrantes paquistaneses e mesmo
aos jamaicanos, que haviam sido parte fundamental na fundação dos primeiros
skinheads.
Skinheads nas Américas
Nos anos 1980, a cultura skin cruzou os mares e ganhou território entre a
juventude nos Estados Unidos. Espalhando-se inicialmente pelo submundo da
cultura punk, os skinheads de extrema-direita passaram a ganhar notoriedade em
seus atos de vandalismo e violência praticados contra imigrantes latinos, judeus,
homossexuais e negros. O grupo que havia começado como multiétnico tornava-
se agora conhecido pelo contexto nazifascista dos grupos de extrema-direita, que
ganhavam cada vez mais destaque na mídia.
Embora os skinheads estejam mais associados à ideologia nazista, que é a
culminação dos ideais de extrema-direita que vimos acima, é importante
destacarmos que existiam e existem várias vertentes do estilo skin. Os “Redskins”
são um exemplo de um grupo skin que adota uma postura completamente
antagônica à dos famigerados “naziskins”. Já os “Trad skins” são o grupo que
ainda se identifica com a visão tradicional do movimento skinhead, quando o
reggae, o ska e a influência jamaicana eram fortes.
No Brasil, o movimento existe, mas nunca ganhou força como os grupos que
existiram nos Estados Unidos e na Inglaterra. Os grupos de skinheads brasileiros
são geralmente ligados a ideologias de extrema-direita e neonazistas. Existe
ainda uma forte rixa entre os integrantes do movimento punk e os “naziskins”, em
razão da forte ideologia libertária que existe no meio punk.
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