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Qui Ago 16, 2018 8:30 pm
Capítulo 21 : Pedofilia


Os “ismos” da política nacional: patriarcalismo
SOCIOLOGIA
É chamado de patriarcalismo o poder centralizado nas mãos do patriarca, dono
de terras e escravos. Ele personificava a lei e a regra e, por meio de mecanismos
de coerção, mantinha-se no poder.

A fazenda se transformou em uma espécie de pequena República
Muitos são os “ismos” da política nacional. De forma direta ou indireta, estes
influenciaram no desenvolvimento de um espaço político nacional, ora abortando
seu nascimento, ora dando a ele um caráter mais privado do que público,
propriamente dito. Coronelismo, mandonismo, patriarcalismo, personalismo,
clientelismo e até mesmo populismo (embora este surja no Brasil republicano e
de forma incisiva no período Vargas) são alguns dos “ismos” que se fizeram
presentes na história da organização política do país, servindo às elites como
mecanismos de cooptação, coerção, e de legitimação de seu poder, isto é, como
instrumento para seu acesso e manutenção do comando do Estado.

Foram em grande medida responsáveis pela deformação que o espaço político
brasileiro sofreria em virtude não somente da alteração dos moldes democráticos
do direito de escolha (do voto), mas também pela ausência de ideologias que
visassem o bem público. Representaram a manipulação do eleitorado, tornando o
povo “massa de manobra” através do cerceamento e condução da opinião pública
pela classe política, condução esta dada através do alargamento e perpetuação
dos meios de dependência econômica de uma classe excluída social e
politicamente, a qual ao mesmo tempo abdicava da participação ativa da política.

A falta de interesse ou de compromisso manifestada pela maioria menos
abastada era motivada pelos fatores como o gosto pela organização privada, pela
reclusão em seu universo rural, bem como pelo sentimento de desnecessidade
do Estado, uma vez que se acreditava ser o grande latifúndio uma estrutura

autossuficiente. Por outro lado, deve-se considerar que por maior que fosse o
interesse ou o engajamento demonstrado pelos mais pobres, vários fatores
estabelecidos serviam para marcar sua exclusão. Exemplo disso eram as
restrições de direito ao voto pela alfabetização ou não, pela posição social
(escravos estavam excluídos), pelo sexo (mulheres não votavam), bem como
pela quantidade de dotes (riquezas). Assim, este seria o contexto que fomentaria
a ideia de que a política em si seria “coisa” para as elites, e não para a população
como um todo. A família, o contexto rural do Brasil de produção agrária, as
relações personalíssimas e a ordem privada, de maneira geral, influenciariam nos
rumos da sociedade brasileira, não permanecendo nos limites da grande
propriedade, mas chegando aos gabinetes e às assembleias constituintes,
alcançando o Estado.
Um dos “ismos” seria o chamado patriarcalismo. Dentro daquela máxima de que
o latifúndio se bastava a si mesmo, sendo autossuficiente, pode-se afirmar que
ficava constituída uma espécie de pequena República e que a figura do patriarca
despontava como o chefe maior. Todos os agregados e escravos que estivessem
circunscritos numa determinada propriedade, bem como todos os outros
indivíduos da família (como os filhos) deviam obediência a este senhor de terras,
e sua autoridade era legitimada pelo leque de fatores oriundos do apego aos
valores do gosto pelo privatismo, pelo respeito de sua figura de chefe familiar e,
no caso dos indivíduos não pertencentes à família, pela dependência econômica.

O senhor de terras e de escravos era quem centralizava todo o poder, não só
dentro de sua propriedade, mas às vezes por toda a localidade, e sua vontade
era a vontade de todos, suas ordens eram acatadas por todos, passando além
das cercas da fazenda, demonstrando, de tal modo, o que se tem como
subordinação pessoal. Assim caracterizava-se o patriarcalismo, que na figura do
patriarca e chefe da família, personificava a lei e a regra, e ao mesmo tempo
tutelava a vida de seus agregados, funcionários, escravos, enfim, sua família.
Mesmo os indivíduos que prestavam serviços importantes à fazenda, como o
escoamento da produção, eram também influenciados por este poder, não tanto
pelas dependências mais características de outros casos, mas sim pela troca de
favores que havia entre estes e os senhores de terra. A forma de domínio se
reproduzia na forma de favor. Esta relação mais tarde seria levada para o
controle eleitoral, uma vez que a “lealdade” ao patriarca deveria ser expressa no
apoio a seus candidatos ou à sua própria candidatura. Votar contra era se
mostrar contrário a esta associação moral que era proposta pelo senhor de terras,
o patriarca.
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