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Capítulo 23 :  Processo de Globalização Empty Capítulo 23 : Processo de Globalização

Qui Ago 16, 2018 8:28 pm
Capítulo 23 : Processo de Globalização


Processo de globalização e suas ambiguidades
SOCIOLOGIA
O processo de globalização teve início no século XX, desenvolvendo-se
juntamente com o capitalismo. Este processo, porém, apresenta aspectos
positivos e negativos.

A globalização se desenvolveu juntamente com o capitalismo
O século XX foi palco de inúmeras transformações históricas que marcaram,
definitivamente, a organização do mundo e, dentre elas, está o advento da
globalização. Enquanto processo, a globalização ampliou-se com o
desenvolvimento do capitalismo, condição fundamental para sua dimensão
alcançada no final da Guerra Fria entre os anos 1980 e 1990.

Ao final da II Guerra Mundial, o globo se dividiu em dois blocos, um capitalista –
representado pelos Estados Unidos da América; e outro socialista – encabeçado
pela União Soviética. Esse período conhecido por Guerra Fria foi marcado por
uma forte disputa pelo domínio ideológico entre tais blocos, bem como pela
chamada corrida espacial e tecnológica. Nessa disputa, o modelo capitalista saiu
vitorioso, após as reformas econômicas e políticas promovidas pela União
Soviética quando esta já agonizava, sem condições de manter o projeto socialista
e o seu modelo de Estado de bem-estar-social. Ao final dos anos 1980, caiu o
muro de Berlim, símbolo da divisão do mundo, o que significaria a vitória da
ideologia capitalista. Tem-se, desde então, a configuração de uma nova ordem
mundial, iniciada pela reorganização das relações internacionais no tocante à
divisão internacional da produção, isto é, do trabalho.

Fundamentalmente, a globalização teve como seu motor a busca pela ampliação
dos mercados, dos negócios, isto é, ampliação das relações internacionais em
nome dos objetivos econômicos das nações. Nesse sentido, é preciso se pensar
no papel da ampliação do neoliberalismo como modelo econômico adotado pelas
potências em todo o mundo, defendido na década de 1980 por líderes como
Margaret Thatcher (Inglaterra), fato que embocou numa redefinição do papel do
Estado. Cada vez mais, em nome da liberdade econômica, os Estados, enquanto
instituições que deteriam o poder na sociedade sobre as mais diversas esferas

(como a econômica), vão diminuindo sua presença nas decisões, tornando-se
“mínimos”. Apenas como regulamentador, assim como os demais agentes
econômicos, o próprio Estado também se submeteria às leis do mercado,
preocupando-se com questões como mercado financeiro, balanço cambial,
competitividade internacional, entre outros aspectos do universo do capital.

Surgiram os chamados blocos econômicos, como a União Europeia e o Mercosul,
para citar apenas dois, os quais teriam como finalidade criar condições para
melhor comercialização entre seus membros, dada a situação de
interdependência das economias. Vale lembrar que nesse contexto (e desde o
final da II Guerra), instituições como a ONU, a OMC, o FMI, entre outras, têm
desempenhado papéis fundamentais nas relações internacionais no âmbito dos
mais diversos assuntos de interesse mundial.

Ainda com relação a essa grande internacionalização da economia (ampliação do
comércio e dos investimentos externos em países dependentes dos mais ricos), é
importante pontuar que todo esse processo foi acelerado pelo desenvolvimento
tecnológico dos meios de produção (tornando-os mais eficientes) e dos meios de
comunicação. Consequentemente, as transações econômicas internacionais e o
mercado financeiro também se desenvolveriam (hoje, principalmente pela
virtualização da economia pela rede mundial), permitindo que as corporações
multinacionais se proliferassem pelo mundo.

Para além do aspecto econômico propriamente dito, a globalização possibilitou
uma maior aproximação das nações no que tange à discussão em Conferências
Internacionais, por meio de órgãos como a ONU, acerca de assuntos de interesse
geral, como a fome, a pobreza, o meio ambiente, o trabalho, etc. Um bom
exemplo seria como está sendo tratada a questão da possibilidade da formação
de um Estado Palestino em 2011, ou as questões ambientais.
Já do ponto de vista cultural, há um processo de sobreposição e aproximação de
culturas, costumes, porém com o predomínio do padrão ocidental, processo este
que pode ser chamado de ocidentalização do mundo. O padrão de vida, os
valores, a cultura (música, cinema, moda) – isso sem se falar no idioma inglês,
que é visto como universal – enfim, direta ou indiretamente representam o poder
hegemônico dos Estados Unidos em todo o mundo. Ao passo em que se tem
uma tendência à homogeneização de valores culturais, tem-se o aumento do
processo de intolerância e xenofobia em países como EUA e França. A questão
dos atentados de 11 de setembro de 2001 pode ser um exemplo da intolerância
tanto de alguns grupos do Oriente com relação ao Ocidente, assim como também
por parte do Ocidente com relação ao Oriente, haja vista a forma como os
Estados Unidos empreenderam um revanchismo em nome da “segurança
mundial” contra o terrorismo. A despeito da crise econômica que enfrentam,

atualmente os Estados Unidos ainda possuem o poder hegemônico (embora um

pouco abalado) no mundo. Dessa forma, as ideias de soberania e de Estado-
nação ficam reduzidas diante da globalização, pois isso vai depender do papel

que determinado país exerce no jogo da política internacional, podendo sofrer
uma maior ou menor influência, seja ela econômica ou cultural. A retração e
diminuição do papel do Estado com a valorização de políticas neoliberais e a
permissividade ou dependência com relação ao capital de investidores
internacionais são fatores que contribuíram para o aumento da pobreza e da
desigualdade em países mais pobres.

Logo, a ambiguidade da globalização vem à tona quando se avalia seus efeitos
mais negativos sobre a população mundial, principalmente do ponto de vista
econômico. Com a globalização da economia, as empresas, em nome da
concorrência, reduzem custos, diminuindo vários postos de trabalho, gerando o
desemprego estrutural. Além disso, o desemprego pode piorar quando há um
crescimento do investimento no mercado financeiro (o qual possibilita um retorno
maior e mais rápido aos grandes investidores) ao invés do investimento na
produção, esta sim geradora de empregos. Como se tem debatido atualmente,
entre as causas das crises na economia mundial nos últimos anos
(principalmente em 2008) estariam as chamadas operações financeiras
especulativas, as quais tiveram como consequência direta uma reformulação do
papel do Estado entre os países mais ricos, agora mais intervencionistas do que
antes. Buscando amenizar os efeitos nocivos das crises, as medidas adotadas
pelos governos na tentativa do controle do déficit público e da inflação (juros
altos), contribuem para a concentração de renda e o desemprego, fato que tem
levado as populações de muitos países a irem às ruas manifestarem seu
descontentamento.

Assim, sobre a globalização, pode-se afirmar ser um processo de duas vias: se
há avanços por um lado (como no tocante às relações sociais, ao intercâmbio
cultural e à possibilidade de uma maior troca comercial), há retrocessos pelo
outro (como o aumento da miséria e da desigualdade social, da intolerância
religiosa e cultural, a perda de poder dos Estados em detrimento das grandes
corporações multinacionais). Esperemos o que o século XXI reserva, não apenas
a nós, mas também às próximas gerações.
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